Volume 2 - Nº 1
- Editorial
- Abnormal Illness Behaviour: 25th Anniversary Update
- A Criança com Dor Abdominal Recorrente
- Saber ou Não Saber: Dinâmica e Impasses Psicológicos na Doença Genética
- Consulta de Psicossomática em Reumatologia – Uma Experiência de Ligação no Instituto Português de Reumatologia
- L’Allergie
- Dor e Sofrimento
- Uma Perspectiva Psicossomática na Etiopatogenia da Anorexia Nervosa
- Situation d'Impasse Relationnelle et Maladies Inflammatoires Chroniques de l'Intestin. À Propos d'une Observation de la Maladie de Crohn: L. ou le Bébé en Gestation
- A Crise Convulsiva Generalizada: Da Representação Original ao Medo da Morte
- Introdução à Metodologia da Pesquisa Clínico-Qualitativa – Definição e Principais Características
- Alexitimia: Uma Forma de Sobrevivência
- Homenagem ao Dr. Pimentel Neves
- Uma Lugar na História: A Morte do Pai
- Recensão de Livros
- Publicações Recebidas na Redacção
- Reuniões Científicas • Calendário
- 2_1_11
Consulta de Psicossomática em Reumatologia – Uma Experiência de Ligação no Instituto Português de Reumatologia
Lúcia Monteiro
A leitura psicossomática das doenças reumáticas crónicas permite introduzir o modelo biopsicossocial na compreensão etiopatogénica da doença, na abordagem terapêutica personalizada de cada doente e na definição duma equipa de Reumatologia multidisciplinar.
A consulta de Psicossomática em Reumatologia, coordenada pela Psiquiatria de Ligação, deverá ser complementar da consulta de Reumatologia e restantes tratamentos de reabilitação; tem por objectivos a educação do doente numa perspectiva de prevenção, melhor coping com a doença crónica e avaliação e tratamento das descompensações psicopatológicas concomitantes.
A triagem dos doentes reumáticos para a consulta de Psicossomática obedece a critérios previamente definidos em equipa; destacam-se, pela sua frequência e gravidade, as descompensações psiquiátricas de adaptação aos reumatismos inflamatórios (sobretudo, Artrite Reumatóide) e os reumatismos funcionais musculoesqueléticos (sobretudo, Fibromialgia) caracterizados por dor "intratável", comportamento de doença anormal, perfil de "doente crónico" e difícil relação terapêutica e institucional.
A abordagem psiquiátrica e psicoterapêutica destes doentes implica algumas especifidades ditadas pelas características somáticas e pelo impacto multissistémico da doença; exige do terapeuta maior flexibilidade e heterodoxia técnica, conjugando o treino cognitivo-comportamental com a abordagem centrada e a psicoterapia do self.
